terça-feira, 20 de março de 2012

CAP. 09 - Once Upon a time

CHAPTER NINE

Tic,tac,tic tac. Era como se Razar ouvisse cada batida do Relógio em sua cabeça, o tempo corria, não havia mais nem um segundo a perder, estava andando mais rápido que qualquer criatura na Terra e mesmo assim sentia como se o tempo corresse na mesma velocidade. Não havia nenhum tempo a perder. Começou a se lembrar da ultima vez que vira a bruxa desaparecer, lembrou-se de repente da última vez que sentiu a presença da víbora, naquele dia quando Melissa ainda era criança, as batidas do coração da malvada, que nem sempre fora daquela forma...
Razar correu para dentro da floresta, já era noite e isso significava que tudo estava vivo, no entanto, naquela noite tudo estava calmo e o velho triplicou sua atenção, isso era tremendamente inédito e muito mais perigoso para alguém transitar naquela área. Modelou seus passos e calculou a respiração para andar por aquelas bandas o mais imperceptível possível, foi até a clareira onde ouvira os batimentos cardíacos da bruxa, porém nada podia ser escutado, pelo contrário, era como se o velho mago tivesse entrado por uma fenda de silêncio que entupiam seus ouvidos e era possível ouvir somente a própria respiração, quase ofegante. O mago pressentiu o que era aquele lugar e tomou a bengala na mão e murmurando palavras antigas bateu com a bengala três vezes em sentidos diferentes, tudo em sua volta brilhou e se transformou em uma floresta tão morta e escura quanto os vales da morte, o qual Razar sempre tivera medo na infância.Pelo menos estava certo de que era naquele lado do paralelo que a bruxa se encontrava. O tempo estava correndo e o velho mago precisava ser rápido.

Tudo estava escuro e eu não sabia onde estava. A minha irmã era uma feiticeira, era isso mesmo que eu havia ouvido? Meu corpo doía e somente desejava a morte. Tic tac, tic tac, era como se eu ouvisse um próprio relógio em minha cabeça, quando é que tudo isso termina mesmo?

Na velocidade dos ventos, Razar vasculhou cada canto daquela floresta em óbito e ao tropeçar em uma raiz alta de uma árvore, lembrou de prestar atenção de que nenhuma das árvores estava se mexendo, nem se revirando, isso era realmente um bom sinal, pelo menos estava começando a nascer novamente uma ponta de esperança no sábio mago, que puxou a raiz da arvore e descobriu uma passagem que se abriu no meio do tronco, pelo qual se apertou e desceu por entre o minúsculo espaço dos degraus,sempre com sua bengala colada ao corpo, sua fonte de poder. Ao se aprofundar mais por aquele caminho foi sendo inundado por uma fumaça roxa com cheiro de rosas, o cheiro lhe era familiar e despertava as mais lindas lembranças de Razar,que um dia amou alguém.
- Viviane. - Disse o velho ao entrar por uma porta e dar de cara com a mulher mais linda de toda a sua vida.
O rosto de viviane se contorceu em uma expressão de tanto medo e terror que o golpe de sua espada acertou certeira na parede, onde a espada fincou.
- Razar! Como?
- Acho que você esqueceu de deixar sua floresta funcionando, com o vácuo do silêncio no coração da floresta deixou muito óbvio onde você se escondeu por todo esse tempo! - disse o velho.

Um súbito suspiro veio de dentro do meu peito.Suguei todo o ar enquanto pude,e levantei-me. Onde eu estava? Uma floresta linda e mágica, árvores que tinham folhas florescentes, flores com cores vivas, passarinhos cantando, como pude sair de toda aquela dor e ir direto a esse lugar maravilhoso? Avistei Oliver deitado com as mãos por detrás da cabeça embaixo de uma árvore, estava lindo, o meu herói, meu irmão Oliver estava vivo! Ele abriu lentamente os olhos e olhou maravilhado para mim! "Irmã!" ele disse,"estamos vivos! como isso aconteceu?" eu não sabia o que dizer, pois não sabia a resposta, mas compartilhei minhas dúvidas com a única pessoa que me restava: "não sei, só acordei e já estava aqui nesta maravilha! Escute, Oliver, sei que devia ter contado antes o que me tornei, mas era impossível, nem eu mesma havia me convencido que me tornara uma feiticeira, da ordens dos magos" Ao contrário do que imaginei, Oliver apenas retribuiu-me  com um sorriso sincero "como poderia ficar triste com você Melissa?" ele disse "você fez o que pode e restaurou a alegria em nossa casa, isso é mais valioso do que qualquer coisa que tenha guardado para si." Fiquei feliz, e sorri. Mas não podia esconder o fato de que estava em um mundo que não conhecia. além do mais,eu não sabia ao certo se estava viva ou morta.

Viviane estava apática! Como pode deixar a floresta adormecendo? Era a floresta que protegia o seu mundo e concentrada nas crianças insignificantes ela deixou passar!
- Acha que eu não a conheço, querida? Estou velho, mas ainda continuo em plena sanidade mental, depois de quase 100 anos você me aparece aqui nos Alpes Escuros? Todo esse tempo disfarçada, então daquela vez em que nos encontramos e lutamos você havia ficado tão horrenda como a inveja que eu nem a reconheci! Agora,tão jovem e linda, essa beleza vazia não escondem quem você realmente é, Viviane! - A bruxa já havia ficado mais fraca, afinal de contas, Razar sabia sua verdadeira identidade e sua poção de Rosas havia a desmentido por completo. - LARGUE a espada Viviane! Largue agora! Onde estão os prisioneiros?
Razar adentrou mais para dentro da casa e avistou Melissa e Oliver no chão, corpos inertes, faces sem rubor. Era o fim.
- A espada antiga! Como pode? Para que mandá-los para outro mundo? - Uma fúria tão grande subiu pelo rosto de Razar que não houve como pará-lo, as palavras não precisavam ser proferidas, seu antigo amor havia se transformado na pessoa mais desprezível do mundo e o sábio já havia superado isso há muito tempo, a felicidade de uma família, a felicidade de uma vila era mais importante do que a sua própria, vivera vagando por cem anos depois de descobrir que Viviane estava matando aprendizes inocentes e manipulando pessoas a sua vontade em Avalon, era hora de partir e o velho Razar. antes novo, nunca mais voltou atrás, viveu livre e amou a natureza, agora precisava parar a pessoa que já conhecia de outros tempos, para que ninguém mais sofresse com suas ações. Profetizando as palavras corretas somente na mente Razar se preparava para combater Viviane, seu amor, sua maldição.
- Ah querido, minha casa, meus poderes...- disse a bruxa, mas aquilo não importava, Razar proferiu o nome de Viviane dentro de sua própria casa e ela já estava ficando fraca, porém, tão orgulhosa é o coração de Viviane que não admitia perder.
Com um só toque de sua bengala no chão Viviane gritou e a choupana da bruxa se encheu de luz.




Um comentário:

  1. Espero ansiosamente para o próximo capítulo, sua história está linda!
    Beijões

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