domingo, 18 de março de 2012

CAP. 07 - Once Upon a time

CHAPTER SEVEN

Não havia como saber o que a bruxa estava planejando, mas era óbvio que ela estava agindo com toda a sutileza que o lado obscuro oferece a todos que se adentram em seu meio. E também é claro que Razar já previra que a malvada, mais cedo ou mais tarde, iria dar com a cara de novo no povoado, mesmo que fosse por feitiços ou qualquer outra coisa do gênero e a parte mais difícil era essa, descobrir por qual meio a velha bruxa agiria e ele tinha uma leve impressão de que há uma onda de maldade e inveja sobre a família da camponesa e que isso tinha algo a ver com os planos da velha, o fato é que realmente o povoado estava com inveja e a bruxa somente viu uma oportunidade para agir. A pequena Melissa corria perigo e o mago precisava agir com toda a sutileza que bruxa estava agindo também e, de fato, ele tinha uma vantagem, pois a camponesa conhecia o rosto da bruxa, coisa que Razar não conhecia mais, pois a conhecera com o rosto velho e podre. A menina estava feliz e era preciso zelar por isso,se tornara uma grande conhecedora dos feitos mágicos e era sábia, a mais importante característica de uma feiticeira, seu anel não saía de seu dedo e era isso que a deixava cada vez mais forte. Sem querer esperar mais tempo, Razar saiu de seu casebre e, atravessando a floresta escura, foi até a casa de Melissa, bateu a porta e a dona de um rosto muito triste atendeu a porta, uma das irmãzinhas da pequena camponesa.
- Pequenina, por que tanta tristeza? Onde está Melissa? - Perguntou o Mago
- Não sabemos, senhor Razar, ela sumiu, sumiu! - respondeu a pequenina
- Como sumiu? qual foi a ultima vez que a viste?
- No funeral de Oliver. - respondeu a menina com a cabeça baixa e olhos cheios d'água
- COMO? O que aconteceu menina? onde está seus pais, sua avó? Deixe-me entrar! - O mago afastou a menina com delicadeza e entrou na casa da família que sempre o acolhera.
A cena era deprimente, os pais inconsolados estavam de mãos dadas e cabeças encostadas, chorando pela perda do primogênito da família, os outros filhos estavam juntos em outro canto da cozinha com os olhinhos tristes e sem reação e a vovó, no entanto, sem expressão. Onde Melissa estava? O que aconteceu com a família feliz?
- Ah, Senhor Razar! - Disse a mãe, como um alívio em sua voz. - Que bom que está aqui! Como ficou sabendo do ocorrido?
- Não fiquei sabendo, esta é a questão, vim visitar Melissa e fiquei sabendo que Oliver não está mais aqui e que Melissa sumiu. Farei de tudo para encontrá-la, porém, quanto ao nosso garoto, só tenho sentimentos a expressar, o que aconteceu? - indagou o Mago, abatido pelas notícias.
- Não sabemos ao certo! Os rapazes haviam saído para trabalhar e Oliver se afastou dizendo que ia pegar um pouco de lenha, pois estava acabando aqui em casa, e não voltou! Um dos meus filhos disse que viu homens o seguindo quando ele adentrou a floresta, desconfiamos que foi alguém da vila... Mas porque senhor Razar? - A mãe estava desolada, o que era perfeitamente previsível.
- A inveja, Ana, a inveja no coração dos homens os cega.
Ana, mãe da camponesa, não sabia o que dizer e muito menos o que fazer, doía, o coração parecia querer ceder e as lembranças de que o filho não retornaria aumentavam ainda mais o buraco que estava dentro do coração de toda aquela família.
- E como foi encontrado o corpo de Oliver? - Indagou Razar.
- Não foi encontrado. - Disse o pai, com palavras duras.
- Como sabem que o garoto foi realmente morto?
- Havia sangue por toda parte e as roupas estavam todas rasgadas. Rapazes que estavam por perto alegaram que ele realmente foi morto, fizemos um funeral com suas roupas e o enterramos em sua memória. - Disse o pai, muito abatido.
- Então darei a minha palavra para essa família de que o corpo de Oliver será encontrado e que vamos encontrar a pequena camponesa. Têm a minha palavra. - Disse Razar. Uma ponta de esperança ascendeu no coração do velho que, ajeitando o chapéu, foi embora da casa e sem passar em seu casebre foi a procura de Melissa e Oliver. Eles estavam juntos, para o mago, isso era óbvio e ainda havia a possibilidade de o garoto não estar morto.
Tudo se encaixava perfeitamente na cabeça do velho mago, que buscou em uma árvore próxima ao Alpe Escuro um galho e uma folha, a mesma árvore que foi matéria-prima do anel de poder da camponesa. Fez uma fogueira em uma pequena clareira por perto e, queimando a folha e o galho, murmurou as palavras do feitiço que há muito usara, porém muito útil para o momento. Conforme ia dizendo as palavras, formas começavam a saltar do fogo ficando cada vez mais nítido, formando uma imagem: um garoto deitado no chão com as costas para cima... Que lugar era aquele? Havia estabelecido uma ligação entre o fogo e o anel, porém não havia adiantado de pronto pois não sabia onde estavam! Aquele deitado era Oliver, mas não havia sangue algum! Estaria morto? Estaria desacordado? Observando o fogo para saber o que estava acontecendo, Razar levou um susto ao ouvir uma voz que saía do fogo:
- Eu sabia que era você o tempo inteiro! - com certeza era a voz de Melissa, pensou o mago - Porque faz isso? Porque prefere que as pessoas vivam tristes? o que você ganha com isso?
- Menina burra! É contemplando a infelicidade, ódio, rancor, inveja que minha aparência segue linda e eu sigo imortal e imune as ações do tempo! - E a voz fina, escrachada, Razar conhecia muito bem, era a voz da bruxa...- Eu não sei o porque preciso te contar essas coisas, vou matar você e seu irmão logo, logo!
- E porque não faz isso logo? Porque não me mata? Se sabia desde o princípio o que estava acontecendo, porque não agiu antes? Porque me prendeu aqui? Que lugar é esse? - indagou a corajosa Melissa, com firmeza na voz
- Blablablabla! - zombou a bruxa - Não me venha com conversas sua tola! Não vou contar nada a você! Apenas mostrarei minha verdadeira identidade para saber o porque eu não agi antes! - Razar ouviu um barulho e depois um grito vindo da parte de Melissa.
- Não! Não é possível! - A camponesa parecia aterrorizada!
- Sua avó já morreu há tanto tempo que eu nem sei! Aquela senhora lá é apenas um corpo que EU comando! Ela me limita, sim, mas soube de tudo desde o momento em que Oliver nasceu e quando você nasceu eu senti uma aura tão boa que me deu nojo e repugnância!
Foi nessa altura da conversa que o galho queimou por inteiro e a folha era somente cinzas, o feitiço se foi, ficando somente o relógio mental de Razar calculando quanto tempo teria para descobrir onde Melissa estava com Oliver antes da Bruxa matar os dois. Somente Melissa poderia acabar com a Bruxa, mas Razar a ajudaria de todas as formas que sabia e podia fazer.




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