segunda-feira, 27 de agosto de 2012

CAP. 12 - Once Upon a time

CHAPTER TWELVE

    Às vezes é preciso agir com calma e deixar as coisas se acalmarem para ter certeza de que é isso mesmo que você quer fazer. Naquele dia, voltei para casa com Oliver me segurando pelos ombros, mais parecia que era ele quem havia me salvado do que o contrário. O peso das minhas atitutes naquele dia haviam me esgotado e eu não saberia dizer a ninguém que me perguntasse se eu estava bem. Após alguns dias eu me sentia descansada, mas meu coração estava apertado e eu carregava um peso que parecia não ser meu, mas emprestado de alguém que não aguentava mais sustentá-lo sozinho, minha respiração parecia arfar o dia inteiro, apesar de ninguém notar a diferença em família. Fiquei feliz com isso, era o que eu queria, se todos estavam bem, eu podia suportar aquela sensação ruim por mais tempo. Oliver e eu ficamos mais próximos e ele parecia ser um escudo para mim, isso era ótimo. De vez em quando íamos juntos á casa de Razar, onde tínhamos aprisionado a Bruxa, mas o velho Mago nos alertou de não deixá-la em um só lugar por muito tempo, a deixávamos em um lugar a cada quinzena, o lugar era sempre lindo e refrescante, nada como um pouco a doçura e maravilhosidade para um coração amargurado, mesmo que essa pessoa não tenha coração, lugares assim despertam as fraquezas e as verdades escondidas dentro do ser-humano. Escondemos isso pelo que me pareceu três quinzenas, no início da quarta eu já não aguentava mais ficar sem agir, eu tinha de bolar um plano e o castelo real ficava à um dia e meio de caminhada, não sabia o que dizer ao resto da família para que eu me ausentasse sem que eles pensassem que eu fora sequestrada, morta por ursos ou algo do tipo.

- Que tal a verdade? - Disse o velho Mago à Melissa quando estavam na choupana dele. - É tão difícil contar o que você descobriu, menina? Você acha que seu pai não sabe o que a mãe dele foi um dia?
- Bem... Talvez isso não tivesse passado pela minha cabeça, confesso.. - Disse Melody fazendo desenhos com os pés no chão.
- Então ponha a cabeça no lugar, pequena Aprendiz. - Levantou-se e começou a rodar pela sala - Não é possível que em todo esse tempo você não tenha aprendido um tiquinho de tudo que eu lhe ensinei, Auto-controle, pensar três vezes na situação por três - e fez um três bem grande com os dedos - eu disse: TRÊS ângulos diferentes!
- Talvez eu tenha pulado essa parte.
- A mais importante, é o que você deveria saber, feiticeira. - Razar abaixou os braços que estavam gesticulando freneticamente durante sua explicação, Melissa sabia que não havia pensado na situação por inteiro.
- Primeira coisa que devia fazer, já sabe qual é? - Razar indagou sua aprendiza.
- Incluir Oliver?
- Isso já estava certo, eu pensei.
- Certo - pensou Melissa com mais calma - Contar o que está acontecendo de forma sucinta à minha família e partir imediatamente.
- Mais do que isso, aprendiz, por favor! Não me faça sentir vergonha do que eu te ensinei esse tempo todo!
    Melissa, fitou os pés da cadeira do mago tentando enxergar a situação como um todo e organizou as ideias, sua família talvez entendesse e ela poderia partir dentro de poucos dias, seu irmão iria junto, isso era mais do que certo, a bruxa, bem, era certo que Melissa não estava pensando com cem por cento da sua capacidade, a capacidade de análise que achou que tivesse conseguido com os anos ao lado de Razar lhe ensinando as práticas mentais da feitiçaria, que era bem mais complexa do que qualquer história de Avalon poderia mostrar, eu tinha de fazer uma jaula bastante forte para que nenhum elefante a amaçasse mas que parecesse bastante frágil para que Viviane pudesse se definhar com a possibilidade frustante de sair, sem poder. Ela sabia que teria de usar magia, o seu anel ainda estava seguro em suas mãos dando-lhe as forças que precisava para fazer qualquer feitiço que pudesse. Não que isso fosse difícil se ela não o tivesse, mas a Aprendiz ainda precisava retirar suas energias das forças naturais comprimidas naquela forma abraçada ao seu dedo. Ainda havia Razar, que, por milagre, ainda estava calmo, apesar de ficar com cara de peixe morto  toda vez que íamos visitar a bruxa. Precisava ainda concluir os assuntos que Razar tinha começado antes de toda a loucura começar.
- Primeiro precisamos fazer uma Jaula pra bruxa, forte o bastante para que nada a destrua, mas que pareça frágil. Assim ela terá esperança e a frustração dela a deixará mais fraca ao perceber a tentativa inútil de tentar sair da sua prisão ambulante - Ao dizer seu pensamento a aprendiz andava de um lado para o outro  sem direção certa. - Mas Razar, professor, Mestre, e quanto a você? 
- Quanto a isso, não há com que se preocupar, eu vou junto com você e Oliver. Precisamos montar um comboio no centro, não podemos sair daqui sem suprimentos. Você, minha pequena Aprendiz, nunca saiu do vilarejo. Agora é hora de viajar, dentro de duas quinzenas tudo estará pronto e nossas aulas estarão adiantadas. - Disse Razar olhando nos olhos da garota Aprendiz. Naquele momento o velho sentiu no peso daqueles olhos verdes o amadurecimento, o desabrochar de uma flor, uma garota se tornando mulher. Alí, naquela conversa, o Mago sentiu que sua missão estava acabando e que aquela aprendiz estava se tornando uma Feiticeira. - Escute, Melissa - e pegou nos ombros da garota-mulher - Lembre-se de tudo que eu lhe ensinei ao longo dos anos, desde quando você era uma criança, por que agora as situações estão provando o coração da Aprendiz.
    Melissa olhou nos olhos do velho. O peso do fado que estava carregando ao querer saber e mostrar a verdade para o Reino de Adalif, havia quase três quinzenas que estavam escondendo a bruxa e as coisas no vilarejo estavam melhorando, as pessoas sendo amigáveis, as plantações estavam se vigorando, até as estradas estavam melhores de transitar, o povo das redondezas tiveram a oportunidade de receber viajantes e comerciantes, as hospedarias estavam recebendo rapazes alvoroçados e entusiasmados com as plantações. Em apenas pouco tempo, tudo havia melhorado consideravelmente, mas algo incomodava a garota, a Aprendiz. Ela foi embora do casebre do Mago e a caminho de casa ela devaneou e acabou se deparando com o lago leste, próximo a sua casa, sentou a beira do lago em uma bela paisagem que misturavam os Alpes Escuros onde ficava o vau da solidão e as montanhas jovens do obelisco, contemplando aquela belíssima imagem, desejou por um instante saber pintar para poder transcrever o que estava assistindo em uma tela, em uma legítima obra de arte, abandonou a ideia quando uma brisa leve e suave acariciou seu rosto e a fez fitar, no horizonte, o sol a se pôr . Lá lembrou-se de sua infância e de como seu corpo parecia pesar com a idade apesar de seu corpo ser de proporções normais para uma moça de 18 anos, recordou-se que ultimamente sempre que se sentava, sentia seu coração disparar como se tivesse corrido quilômetros, e que apesar de estar cercada de pessoas não se sentia a vontade, refletiu de como as pessoas olham para ela ao passar com a expressão dura, confusa e respeitosa, com pesar no coração percebeu que não tinha amigos, colegas, nem ao menos companheiros. Talvez esse seja o preço a se pagar por ser feiticeira, pensou consigo mesma, se entristeceu ao ligar os pontos: Razar, a bruxa, ela própria, todos sozinhos. Pela primeira vez ela duvidou do que queria fazer no seu futuro, de repente ele ficou incerto, preto. Em seu coração, pela primeira vez, houve uma sombra negra de tristeza, dúvida e frieza, ela a afastou os pensamentos negros e levantou-se, estava quase escurecendo. Com a delicadeza de uma fada média, ela retirou um galho pequeno de uma árvore e, com os restos de iluminação dos raios do sol, ela formou uma esfera de luz que ficou entre os galhos, fazendo uma tocha luminosa legítima dos povos antigos do sudoeste dos Alpes Líricos. Segura, ela voltou para casa através da floresta e pela primeira vez, não sentiu medo quando o sol se pôs por completo, apagou sua tocha lírica antes de chegar em casa e decidiu que o jantar em família seria feliz e confortável, não seria monótono como estava sendo depois da morte definitiva da vovó, as meninas estavam triste e ajudavam a Mãe de Melissa com desânimo, o coração da família camponesa estava se definhando. Ao entrar em casa, deu um beijo nas irmãs e pôs-se a brincar de mímica, logo toda família estava se divertindo e rindo como não haviam fazendo há anos, isso alegrou a alma de Pai e Mãe, que sorriam alegres e contentes, até o Pai pegou seu bandolim enferrujado e juntos cantaram canções antigas do vilarejo, dançaram e comeram. Foi uma bela noite. Uma bela noite.

Depois de contar a verdade, quero dizer, a meia verdade sobre a situação, papai quis ir junto, mas Oliver não deixou isso acontecer. Tenho a impressão de que meu irmão se tornou um homem muito cedo, soube que estava apaixonado por uma dama do vilarejo, porém, seu amor por mim e pela compreensão da situação ele, assim como eu, estava disposto a ir até o final para que tudo ficasse do jeito que deveria ficar, as duas quinzenas que se seguiram foram rápidas e suficientes para que tudo ficasse pronto, minha jaula ficou pronta em quatro dias, no quarto dia meu nariz sangrava e meu anel queimava no meu dedo, mas ficou forte do jeito que eu esperava e esteticamente frágil do jeito que eu previra. A parte mais difícil para Razar, Oliver e eu foi colocar a bruxa dentro da prisão portátil dela, ela nos fazia sentir mal, além disso eu tive de usar da minha habilidade mágica e ilusionista para que parecesse que havia um ladrão dentro da gaiola ao invés da víbora em forma de pessoa, no último dia da segunda quinzena, Oliver e eu nos despedimos de nossa família, mamãe chorou e as minhas irmãs também, os homens foram fortes, meu pai vestiu um colar em mim que disse ter pertencido a minha avó, isso me confortou e, para a minha surpresa, me deixou leve. Todo o peso que senti na noite passada parecia ser concentrada naquele fino colar em meu pescoço. Minhas roupas eram as mais leves que eu podia ter e mamãe me fizera uma capa púrpura para me proteger. Pelas contas dos magos e, segundo Razar, no primeiro dia do tempo de Merlim nós seguimos para o coração do reino de Adalif, nosso comboio foi arranjado, por sorte, com comerciantes do outro lado do vau de lauren, ao norte, que estavam indo para o reino fazer negócios com o povo do centro das terras dos Alpes Escuros, minha terra, onde eu não conhecia nada, mas presava tudo. Os comerciantes acreditaram em nós, e meu feitiço deu certo, eles xingavam o ladrão que estava na jaula e eu via uma ex-bruxa se definhando, essa parte foi divertida. Pegamos a estrada antes do sol nascer e esperávamos estar à metade do caminho ao entardecer, ao anoitecer estaríamos mais perto e acamparíamos e no outro dia, quando o sol estivesse no auge, estaríamos atravessando as muralhas do castelo. Esse era o roteiro. era.




Um comentário:

  1. Estava sentindo saudade da sua história já... Está ótima!! Ansiosa para saber o que aconteceu!!!
    Beijos

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